Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista <p>A Revista Jurídica do Ministério Público, é uma publicação semestral de responsabilidade do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional - CEAF, que tem por objetivo o aperfeiçoamento funcional dos membros e servidores do Ministério Público e o fomento da produção de trabalhos inéditos de interesse jurídico e dos demais pensadores do Direito.</p> pt-BR revistajuridica@mppb.mp.br (Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional - CEAF/Núcleo de Publicação ) revistajuridica@mppb.mp.br (Nigéria Pereira da S. Gomes) Tue, 29 Aug 2023 14:37:11 +0000 OJS 3.2.1.4 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 A Gênese do Ministério Público: https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/188 <p><span style="color: #201f1e;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">O estudo tem como tema a origem do Ministério Público no Brasil. Com esse objetivo e intentando não nos perdermos nas divergências entre doutrinadores que estabelecem diferentes gêneses a depender do grau de analogia para ser considerada origem do </span></span></span><span style="color: #201f1e;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>Parquet</em></span></span></span><span style="color: #201f1e;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">, encontramos as gêneses mediata e imediata do órgão ministerial do Brasil coevo. A mediata seria na Idade Antiga, em funcionários do Egito, Grécia e Roma. A imediata seria na legislação de nossa metrópole colonizadora, Portugal, que desde a instituição de Tribunais permanentes, criou uma entidade para promover a defesa do “Estado” em juízo. Em terras brasileiras, o MP nasce com o Tribunal da Relação da Bahia, consolidando suas hodiernas competências com a instalação do Tribunal da Relação do Rio de Janeiro, ulteriormente transformado em Casa de Suplicação, a partir da qual o </span></span></span><span style="color: #201f1e;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><em>Parquet</em></span></span></span><span style="color: #201f1e;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"> teve separada a advocacia pública da proteção da sociedade, como foi posteriormente consagrado pela Constituição Federal de 1988.</span></span></span></p> <p><span style="color: #201f1e;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Palavras-chave: Ministério Público. Brasil. História.</span></span></span></p> Nilson Dias de Assis Neto Copyright (c) 2023 Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/188 Tue, 29 Aug 2023 00:00:00 +0000 A influência do racismo estrutural no reconhecimento fotográfico de suspeitos negros em sede policial https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/198 <p>Em um país com origens escravocratas e marcado pelas desigualdades socioeconômicas e racial, pessoas negras vêm sendo presas e condenadas por crimes que não cometeram. Mesmo inocentes, são presas após serem reconhecidas exclusivamente por meio de fotografias presentes nos álbuns de suspeitos das delegacias de polícia ou em redes sociais. Não se nega a importância deste tipo de reconhecimento de pessoas para a persecução penal, todavia, os métodos corriqueiramente adotados e o racismo estrutural presente no Brasil podem estar contribuindo para o encarceramento injusto de pessoas negras. Neste contexto de irregularidades e injustiças, o objetivo geral deste trabalho consiste em compreender quais aspectos do racismo estrutural influenciam no reconhecimento fotográfico de suspeitos negros realizados em sede policial. Tomamos por objetivos específicos: compreender o reconhecimento pessoal no âmbito do Processo Penal Brasileiro, apresentar um breve contexto histórico acerca da formação do negro criminoso no Brasil e estudar a eficácia do reconhecimento fotográfico no Processo Penal.</p> <p>Palavras-chave: Racismo estrutural. Reconhecimento fotográfico. Encarceramento da população negra.</p> Ruan Gabriel da Paixão Santana Copyright (c) 2023 Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/198 Tue, 29 Aug 2023 00:00:00 +0000 ANPP e crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes: https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/191 <p><strong>RESUMO</strong>. Diante da evolução tecnológica e inúmeras transformações sociais na atualidade, o mundo cibernético ganhou força no cotidiano das famílias, especialmente das crianças e adolescentes. Embora, primeiramente, tal contexto viesse imbuído da possibilidade de aproximar laços entre as pessoas, a pandemia do COVID-19 trouxe como pano de fundo o aumento da vulnerabilidade desses indivíduos em meio à exposição e uso dos aparelhos eletrônicos sem controle dos responsáveis. Na seara da Pedofilia, a Internet é o meio preferido pelos criminosos, cenário que torna esse público presas ainda mais fáceis. Dessa forma, o objetivo do presente artigo é fazer um recorte dessa realidade e identificar a plausibilidade de aplicação, pelo membro do <em>Parquet</em>, do novel instituto de resolução penal pactuada catalisado pela atual política-criminal, o Acordo de não persecução penal, em cotejo com a política infantojuvenil regente no ordenamento jurídico, não simplesmente pela gravidade de que se revestem tais crimes, mas também pela natureza das vítimas atingidas. A partir dessa provocação inicial, foram utilizados estudos bibliográficos com vistas à resolução do questionamento e análise da aplicação prática dessa modalidade de atuação resolutiva do Ministério Público diante dos crimes sexuais cibernéticos com vítimas infantojuvenis. Uma vez que a pedofilia gera violências que ferem o desenvolvimento biopsicossocial dessas vítimas em formação, aliado à necessidade de proteção dos bens jurídicos envolvidos e garantia de reprovabilidade para se evitar a impunidade camuflada ou reiteração criminosa diante de direitos tão caros, o documento pretende demonstrar a conclusão acerca do não cabimento do ANPP nesse cenário.</p> <p>&nbsp;</p> <p><strong>Palavras-chave</strong>. Pedofilia. Internet. Acordo de não persecução penal. Ministério Público.</p> Ana Caroline Almeida Moreira, Gabriela Marinho Pereira Copyright (c) 2023 Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/191 Tue, 29 Aug 2023 00:00:00 +0000 Atuação de profissionais de psicologia no Ministério Público brasileiro: https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/189 <p>A presença de profissionais de psicologia no âmbito jurídico não é nova, mas sua atuação no Ministério Público Brasileiro (MPB), propriamente, ganhou notoriedade apenas na última década. Atualmente, as funções e atividades destas(es) profissionais no MPB mostram-se bastante heterogêneas, com profissionais atuando a partir de problemáticas várias, com referenciais teóricos e abordagens diversificadas, porém sem diretrizes de prática bem delineadas, sobretudo quanto às implicações éticas da atuação. Há pouca informação sistematizada sobre como estas(es) profissionais vem trabalhando no MPB, e que poderia servir para criar algumas diretrizes práticas, consentâneas com o compromisso ético e social da profissão. Para suprir essa lacuna de informações, foi realizado um estudo exploratório baseado em pesquisa, que perguntou a profissionais de psicologia vinculados ao MPB acerca de suas atividades, orientações teóricas e percepções sobre pontos fortes e desafios do trabalho, neste campo profissional. Utilizando uma amostra de 105 psicólogas(os), os resultados produziram relevantes dados descritivos, que fornecem uma janela para o estado da prática pré-pandemia, justificando o avanço no desenvolvimento de diretrizes na atualidade. Algumas das descobertas mais interessantes incluem a percepção de que: (a) demandas excessivas e burocracia são as maiores dificuldades operacionais, (b) ‘assessoramento técnico especializado’ e ‘psicologia jurídica’ são as expressões que mais definem a atuação, (c) entrevista psicológica, além das visitas institucional e domiciliar, são os principais recursos técnicos utilizados, (d) a abordagem teórica sócio-histórica foi a mais frequentemente assinalada, e (e) os profissionais apresentam altos níveis de satisfação no trabalho e coesão da equipe de trabalho com outros profissionais.</p> <p>Palavras-chave: Psicologia jurídica. Psicologia social. Ministério Público brasileiro. Mediação de conflitos. Direitos humanos.</p> Leonardo Xavier de Lima e Silva, Douglas A. MacDonald Copyright (c) 2023 Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/189 Tue, 29 Aug 2023 00:00:00 +0000 Condições necessárias para um efetivo controle externo da atividade policial https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/201 <p lang="zxx" align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">O presente <span lang="es-ES">estudo </span><span lang="es-ES">elabora uma profunda reflexão sobre a relação entre meios (recursos materiais, humanos, logísticos </span><span lang="es-ES">e operacionais</span><span lang="es-ES">) e fins constitucionalmente atribuídos ao Ministério Público no controle externo da atividade policial. Sob o enfoque de uma atuação cartorial e entrópica, fundada em simples mecanismos formais previstos em lei, é estabelecida uma ponte entre o real e o ideal, destacando princípios de atuação que precisam ser atendidos no horizonte do mecanismo de tutela: proibição da proteção insuficiente, resolutividade e regulamentação normativ</span><span lang="es-ES">a a partir de um contexto social reivindicativo</span><span lang="es-ES">.</span></span></span></span></p> <p lang="zxx" align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><span lang="es-ES">Palavras-chave: Controle externo da atividade atividade policial. Atuação cartorial e entrópica. Meios insuficientes. Princípio da proteção insificiente. Resolutividade. </span></span></span></span></p> João Gaspar Rodrigues Copyright (c) 2023 Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/201 Fri, 25 Aug 2023 00:00:00 +0000 Crimes no contexto da violência doméstica: https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/207 <div><span lang="PT">No decurso do presente estudo, demonstra-se que o número de crimes de violência doméstica sofre alterações e aumenta com o decorrer do tempo, consequência desta elevação transpassam pela impunidade e pelo apoio resiliente da sociedade ao omitir-se no combate ao crime. Parte-se da análise do tratamento jurídico-penal com uma abordagem sobre a violência doméstico e penas aplicáveis. Em sucessivo, procura-se compreender e explicar o crime de violência doméstica a partir da análise de Acórdãos de julgamento de crimes de violência doméstica no Tribunal da Relação do Porto e no Tribunal da Relação de Lisboa nos anos de 2018-2020. Isto com o intuito de esclarecer que a pena adequada ao caso concreto constitui e concretiza-se em mais um método para dissuadir novas agressões. Na sequência, com análise em dois acórdãos, nos quais ocorreram o enquadramento jurídico, porém, abordagem distinta por ambos Tribunais citados. Por fim, à luz dessa nova abordagem, conclui-se que as agressões no contexto familiar seguem uma evolução, além de predatória, também reiterada com possibilidade de resultar na consumação do homicídio e uma maior efetividade das penas aplicadas resultariam no empoderamento da vítima, e, consequentemente, modificação do atual desfecho.</span></div> <div><span lang="PT">Palavras-chave: Violência doméstica. Aplicação. Penas. Efetivas. Punição. Desetimulo. Violência.</span></div> Herbert Vitório Serafim de Carvalho Copyright (c) 2023 Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/207 Tue, 29 Aug 2023 00:00:00 +0000 LGBTQIAP+, raça, gênero e a ascensão do discurso de ódio no Brasil: https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/206 <p>O século XXI trouxe à tona a volta da proliferação do discurso de ódio, agora com uma nova roupagem e difundido por novos meios, quais sejam os tecnológicos como redes sociais e aplicativos de mensagem instantânea. Paralelamente a difusão de argumentos que incitam ao ódio contra grupos LGBTQIAP+, população negra e mulheres teve influência no aumento dos números de casos de violência contra esses grupos. Se outrora os agentes ativos praticantes da violência não se sentiam impulsionados a realizar a violência, agora, imbuídos de força de um discurso enérgico, sentem-se legitimados a perseguir, atacar e até a matar quem eles consideram como oponente. Nessa seara, resta analisar o contexto social em que se forma esse tipo de discurso, as consequências no sistema jurídico brasileiro e como este pode atuar em proteção e garantia dos direitos fundamentais dos grupos ameaçados.</p> <p>Palavras-chave: Discurso de ódio. LGBTQIAP+. Negros. Gênero. Sistema judiciário. </p> Grazyela do Nascimento Sousa Machado Copyright (c) 2023 Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/206 Tue, 29 Aug 2023 00:00:00 +0000 Prevenção à violência contra a mulher uma experiência de um grupo reflexivo de homens no Brasil e a experiência de Portugal na ressocialização: https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/193 <p><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">Compreender e explicar o fenômeno da violência contra a mulher determina-se como o núcleo central desta presente investigação. Esta atrocidade atinge todos os seguimentos sociais, independentemente de sua origem, estado civil e escolaridade, onde o tratamento adequado, dado no seu processamento pelo Ministério Público, pela Polícia Judiciária e pelos Órgãos de apoio ajudam a vítima a superar os obstáculos, a romper o vínculo emocional com o agressor e, em alguns casos, possibilita a reconstrução da unidade familiar. Parte-se da análise do tratamento jurídico-penal e do conflito doméstico e familiar. Em sucessivo, aborda-se os programas de ressocialização em atividade em Portugal e a experiência de um grupo reflexivo de homens no Brasil. Por fim, à luz dessa nova abordagem, conclui-se que os programas analisados resultam de formas adicionais de empoderamento da vítima de violência doméstica, com possibilidade de restabelecimento da unidade familiar.</span></span></span></span></p> <p><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-size: small;"><span lang="pt-PT">Palavras-chave: Racismo estrutural. Reconhecimento fotográfico. Encarceramento da população negra.</span></span></span></span></p> Herbert Vitório Serafim de Carvalho Copyright (c) 2023 Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/193 Tue, 29 Aug 2023 00:00:00 +0000 Projetos de profissionalização dedicados a adolescentes em conflito com a lei: https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/186 <p><span style="font-size: small;">O artigo propõe avaliar projetos de profissionalização voltados à adolescentes em conflito com a lei e seus impactos sociais no contexto de vida desses sujeitos sociais. Mediante a importância da profissionalização enquanto instrumento capaz de possibilitar ao adolescente infrator a perspectiva de inserção no mercado de trabalho e da vida desvinculada do ato infracional, a pesquisa apresenta os seguintes objetivos: averiguar se a profissionalização promove a reintegração social de adolescentes em conflito com a lei; identificar se os adolescentes com qualificação profissional conseguem romper com a violência e a criminalidade; analisar a possibilidade de inclusão no mercado de trabalho e; avaliar se há promoção de qualidade de vida e cidadania aos adolescentes após a inserção nos projetos. A ancoragem teórica do presente artigo é fundamentada numa análise histórica e dialética acerca da materialidade entre os dados levantados na pesquisa literária e os pressupostos da reinserção social com ênfase na profissionalização, estabelecidos nas legislações vigentes.</span> <span style="font-size: small;">Como resultado da pesquisa, foi possível concluir </span><span style="font-size: small;">que projetos de profissionalização são capazes de promover a reinserção social de adolescentes em conflito com a lei, inclusive a inclusão no mercado de trabalho, a ruptura com a criminalidade e outras situações de violência. Mas, desde que: Se identifique o fator de risco que motivou o envolvimento desse sujeito social com a criminalidade; A aplicação da medida socioeducativa seja adequada e; A priorização da qualificação profissional seja associada a ações pedagógicas, educacionais, sociais, culturas e individualizadas, consonantes com as políticas de atendimento socioeducativas.</span></p> <p><span style="font-size: small;">Palavras-chave: Profissionalização. Reintegração social. Mercado de trabalho. </span></p> Ana Paula Vieira Costa Copyright (c) 2023 Revista Jurídica do Ministério Público https://revistajuridica.mppb.mp.br/revista/article/view/186 Tue, 29 Aug 2023 00:00:00 +0000